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Farmacocinética e Farmacologia

  • Farmacocinética:

A efedrina é maioritariamente excretada a nível renal, na urina, sem alteração. Cerca de 80% da efedrina é eliminada inalterada na urina após as primeiras 48 horas. No entanto, parte da efedrina (cerca 5%) é metabolizada no fígado e excretada como fenilpropanolamina, o que envolve uma N-desmetilação e uma desaminação oxidativa da cadeia lateral da efedrina. [15]


No entanto a eliminação da efedrina é dependente do pH desta ultima, havendo uma correlação inversa entre o pH da urina e a eliminação renal da efedrina. Se a urina apresentar um pH muito elevado, a efedrina estará na forma não ionizada, sendo por isso facilmente reabsorvida nos túbulos renais. Pelo contrário, se o pH da urina for baixo, a efedrina estará na forma ionizada, sendo assim rapidamente eliminada. [15]


A efedrina é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, atingindo o pico de concentração após 1 hora da administração. [16]
Uma vez que a efedrina é uma base fraca, ela estará na forma ionizada no baixo pH gástrico, pelo que a absorção ocorrerá maioritariamente no intestino delgado, onde o pH é mais alcalino. [15]

  • Tempo semivida – 3–6 horas podendo ser prolongado com o aumento do pH da urina [1]
  • Clearance - 0.34 l/min [15]
  • Volume de distribuição – 3L/kg [17]
  • ​Farmacologia:​
     

A efedrina é um composto simpaticomimético que atua nos recetores α e β adrenérgicos, tanto de forma direta como de forma indireta. O principal mecanismo de acção indireto, consiste na libertação de noradrenalina dos neurónios simpáticos periféricos e, possivelmente, a inibição da recaptação da noradrenalina. [18]


A estimulação dos receptores α no músculo liso pela efedrina conduz à vasoconstrição.
A estimulação dos receptores β1 que se encontram no tecido cardíaco, conduz a um aumento da frequência cardíaca e a força de contracção do miocárdio. Desta forma, a efedrina aumenta a pressão arterial tanto pelo aumento da frequência cardíaca como pela vasoconstrição periférica.[1]


A estimulação de receptores β2 no músculo liso brônquico causa broncodilatação. [1]
A efedrina consegue atravessar a Barreira Hemato-encefálica, sendo um estimulante do SNC, estimulando a libertação de noradrenalina, dopamina e em menor grau a serotonina, conduzindo a um aumento da vigilância, agitação, excitação e numa diminuição do cansaço.


A estimulação dos recetores β1, β 2 e β 3 adrenérgicos é que é responsável pelo efeito no tecido adiposo, provocando perda de peso, sendo este um dos grandes usos da efedrina. Na figura 7 encontra-se explicado o mecanismo que provoca a perda de peso.

Fig. 7 – Representação esquemática do efeito da efedrina no tecido adiposo [19]

Por fim, resta mostrar os últimos desenvolvimentos e descobertas sobre os mecanismos de ação da efedrina. Na figura 8,temos um exemplo de uma consequência da interacção da efedrina no recetor beta adrenérgico que vai causar efeitos na expressão de uma proteína reguladora (redox), mais concretamente a tioredoxina-1.[20]

Fig. 8 – Indução da expressão da Trx-1 pela efedrina. [20]

A efedrina é capaz de induzir a expressão da Trx-1 através da sua ação no recetor beta adrenérgico e consequente via de sinalização acoplada. Este estudo datado do presente ano (2013) sugere pela primeira vez esta associação entre a indução do recetor beta adrenérgico e a expressão da Trx-1 através da via de sinalização recetor β-adrenérgico/AMP cíclico/PKA/DARPP-32. [20]

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Bibliografia

Declaração de integridade

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