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Comunicação de risco

A efedrina pode ser usada de diversas formas e com variadas finalidades, conforme indicado no capítulo “Indicações e usos clínicos”.
O abuso da efedrina tornou-se comum e tem sido associado a diversas mortes. O uso crónico pode levar a tolerância e dependência e por consequência, podem surgir efeitos e situações indesejáveis que são prejudiciais para a saúde do indivíduo que utiliza a substância. [27]



Focando principalmente na população alvo para o consumo de efedrina, nomeadamente quem pretende emagrecer, serve a presente comunicação para relatar os principais malefícios que a efedrina ou suplementos que a contenham proporcionam aos utilizadores destes produtos. Com a facilidade de informação e publicidade que existe atualmente através da internet, é fácil para qualquer indivíduo que pretenda perder peso efetuar uma pesquisa no motor de busca “Google” e encontrar inúmeras páginas que apresentam suplementos “perfeitos” para atingirem o seu objetivo de emagrecer. Não faltam relatos nem imagens que comprovam a eficácia e rapidez da efedrina na perda de peso. Mas nós, como profissionais de saúde e da área do medicamento, temos de alertar esta população alvo de que não existem “suplementos mágicos ou milagrosos” que fazem perder peso sem qualquer efeito que prejudique o nosso organismo.

Para tal, e sendo a segurança e saúde as primeiras preocupações que cada um deve ter, serve a presente comunicação de risco para informar e alertar os indivíduos que tomam ou tencionam tomar suplementos com o objetivo de emagrecer ou, noutro caso, de aumentar a performance física, dos riscos que correm e dos sintomas/problemas que mais frequentemente aparecem em consequência do uso da efedrina.











 

 

Apesar das intoxicações severas por efedrina não serem muito comuns [27], estas podem desencadear uma série de efeitos adversos para o nosso organismo. Tendo em conta as ações farmacológicos do composto assim como os seus mecanismos de toxicidade, é importante elucidar e alertar quais as vias mais comuns de intoxicação, quais os principais efeitos nos diferentes sistemas do organismo e as principais contra-indicações. Por último, é importante conhecer os tratamentos hospitalares mais usados para este tipo de situação.
 

  •  Vias de intoxicação

               Intoxicação aguda [27]
               Por ingestão: altas doses de efedrina causam náuseas, vómitos, insónia, arritmias cardíacas, isquemia, agitação, psicose e convulsões.
           Por exposição parenteral: efedrina pode causar hemorragia intracerebral em consequência do aumento da pressão arterial. Pode causar também arritmias ventriculares.
               Por inalação, pela pele, pelos olhos: sem dados

 

               Intoxicação crónica [27]
               Por ingestão e uso parenteral: a efedrina pode causar dores de cabeça, ansiedade, tremores, insónias, tontura e convulsões.
               Por contacto com a pele: aplicação cutânea de efedrina pode causar dermatite de contacto.

               Por inalação, por olho: sem dados 

 

  • Contra-indicações [10, 27]
     

A efedrina está presente no leite materno em concentrações suficientes para ser prejudicial para o bebé, e é contra-indicada em mulheres que estão a amamentar. Pacientes com doença isquémica do coração, hipertensão, glaucoma, hipertiroidismo, feocromocitoma, hipertrofia prostática, ou a tomar antidepressivos IMAO também deve evitar a efedrina (ou ter parado o tratamento nos últimos 14 dias). Nestes casos pode ocorrer a síndrome serotoninérgica e as reações são potencialmente fatais. Também deve ser evitado o uso de efedrina em pacientes submetidos a anestesia com ciclopropano, halotano ou outros anestésicos voláteis. 

 

  • Antídotos e tratamentos de emergência [17, 27, 30]

Pré hospitalar:
• Manter a via aérea permeável, com oxigénio se necessário.


Hospitalar:
• Tratar a hipertensão de forma urgente (não usar beta-bloqueadores sem antes dar um vasodilatador, caso contrário, pode ocorrer agravamento da hipertensão por efeito paradoxal);
• Descontaminação – Para ingestões pequenas a moderadas de efedrina, a administração de carvão activado é suficiente. Para casos mais graves efetuar lavagem gástrica;
• Promover a eliminação – a diálise e hemoperfusão não são eficazes. A acidificação urinária pode aumentar a eliminação da efedrina e pseudoefedrina(ter cuidado em caso de o paciente ter rabdomiólise, pois agravaria a deposição de mioglobina no rim);
• Administração de benzodiazepinas para controlar sintomas da overdose (ansiedade, agitação, tremores…);
• Hidratação e reposição eletrolítica;
• Tratar convulsões e taquiarritmias se estas ocorrerem;
• Monitorizar sinais vitais e ECG nas 4-6 horas seguintes à exposição.

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Bibliografia

Declaração de integridade

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